A história é envolvente e as quase 500 páginas passam voando
“Odeio que estes sistemas, toda essa merda institucional, consigam me afetar. Odeio como possuem o poder de matar o meu futuro, de me matar. Eles tratam minha pele negra feito uma arma ou granada ou faca que é perigosa e letal, quando na verdade eles é que são. Os caras no topo que alimentam isso.”
Você gosta de histórias tipo Pretty Little Liars, Gossip Girl e Corra!? Se sim, tenho uma boa dica de livro para você: Ás de Espadas, de Faridah Àbíké-Íyímídé. Publicada no Brasil pela Plataforma 21, a obra tem tradução de Jim Anotsu.
Comecei esse livro com muitas expectativas e estou muito feliz em finalizar dizendo que elas foram muito bem atendidas.
A história tem uma base simples: os únicos jovens negros da Academia Particular Niveus, passam a ter seus segredos expostos para toda a escola por um tal de Ases, a partir disso os dois assistem suas vidas sendo destruídas aos poucos enquanto correm para descobrir quem está fazendo aquilo com eles e o porquê.
Devon e Chiamaka são personagens interessantes de se acompanhar. Os dois são extremamente diferentes e, aparentemente, ninguém teria qualquer motivo para conectá-los, e eles estão bem cientes disso. Depois de serem jogados no meio dessa confusão de ameaças de exposição, vamos acompanhando como cada um lida com a situação. A narrativa nos ajuda a entender as diferenças e também o que eles têm em comum, além das consequências que todo esse assédio provoca em suas mentes.
“De vez em quando, eu sinto que estou tão perdido no meu próprio mundo, que nem noto as coisas que parecem óbvias para as outras pessoas.”
Junto disso está uma narrativa que passa voando, são quase 500 páginas que Faridah consegue manejar para serem lidas na rapidez de 100, enquanto possuem uma história de milhões. Nunca imaginei que conseguiria ler um livro desse tamanho em menos de 24 horas, mas consegui porque é simplesmente impossível largar!
Preciso deixar registrado que, infelizmente, não curti como a situação foi solucionada, apesar de ter amado como chegaram até lá. Pareceu corrido, mas mesmo assim foi satisfatório.
“Enquanto crescia, eu me dei conta rapidamente de que as pessoas odeiam mais serem chamadas de racistas do que o racismo em si.”
Ás de Espadas é um suspense inteligente sobre discriminação de classes, racismo e homofobia. Fala bastante sobre privilégio e supremacia branca em um contexto dark academia eletrizante que torna as discussões que ele levanta ainda melhores. Recomendo muito para quem gosta das séries e filmes que citei no primeiro parágrafo, além de suspenses bem construídos.
Você é do time do suspense?
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